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Vive, por favor, mas vive de verdade. Não por alguém, não para pagar as contas. Vive por você.

  • Foto do escritor: Sabrine Cantele
    Sabrine Cantele
  • 10 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 21 de jun. de 2020

Por muito tempo tudo que eu queria era deixar meu pai orgulhoso. Meu chefe. Minha mãe. Meus amigos. Meus vizinhos. Eu me importava demais com os olhares de reprovação, os cochichos e as risadas. Tinha medo de decepcionar, ser rejeitada e não ser boa o bastante. Me importei tanto com o que os outros pensavam a respeito de mim, que esqueci que a minha opinião era a única relevante. Quis tanto ser a pessoa que os outros esperavam que eu fosse, que não me reconhecia mais quando me olhava no espelho pela manhã. Eu acreditava que eu tinha que carregar mundo nas costas e não percebi o quanto isso me quebrou.

Eu não quero morar em uma mansão. Eu não quero ter três carros, sendo que eu necessito de um ou nenhum. Eu não preciso ir pra Miami no final do ano. Eu só quero ficar bem. Quero respirar sem sentir um nó na garganta. Eu não quero passar o dia fazendo planilhas no Excel, para bancar uma vida que eu não pedi. Uma vida que impuseram para mim. Eu cheguei acreditar que o meu corpo frágil não era capaz de suportar os baques da vida. Me perguntei o que havia de errado comigo. Agora me pergunto o que há de errado com eles. Eu quero ser livre para alcançar aquilo que eu chamo de sucesso. E não é um milhão de reais. Sucesso é paz de espírito. Você poder ser feliz em qualquer lugar e tendo qualquer coisa. Agora eu vejo que felicidade é ver os raios de sol entrando na sua janela pela manhã. Felicidade é levar seu sobrinho para comer churros. Pescar com o seu pai. Levar o cachorro para passear. Assistir novela com a sua mãe. A vida é efêmera. Um dia não estaremos aqui. E eu quero aproveitar essa experiência levando a vida que eu acredito que é correta. A vida que eu mereço.

Eu estou viva. Você está vivo. E isso já é um grande milagre.

Por isso corre, corre rápido, deixa eles falarem mal, cada um oferece o que tem. Vai ficar tudo bem. Confia. Espera. Aproveita. Anda de rede, toma um banho de riacho, ri muito, chora também, dá uma cambalhota e deita na grama do parque. Vai ficar tudo bem. Tira um tempo. Não existe nada além desse momento e nesse momento nenhum problema existe. Vive, por favor, mas vive de verdade. Não por alguém, não para pagar as contas. Vive por você.

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SABRINE CANTELE

Sabrine Cantele é uma estudante de Publicidade e Propaganda e nasceu em Caxias do Sul. Incentivada pelo seu amor pela leitura, começou escrever muito cedo, tendo como inspiração tudo que acontece ao seu redor e as pessoas que fazem parte de sua vivência. Encontrou na escrita uma forma de desabafar, de se entender e de transformar seus sentimentos em arte.

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